domingo, 11 de março de 2012

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém" (John Lennon) 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Radiomadorismo hoje e em 1990

De certa forma, permaneci afastado do radioamadorismo, especialmente em HF, por mais de 10 anos! Retornei em 2007.

Nesse período residia em imóveis alugados, apartamentos e porões. Era inviável a instalação de antenas de 80 e 40 metros. Os telhados ou cobertura dos prédios não ofereciam estrutura para esticar o dipolo e os proprietários dos imóveis não permitiam instalação de antenas. Naquela época os sinais de TV eram fracos, não era muito comum TV via satélite por cabo etc., as interferências provocadas por radioamadores eram muito comuns. Esse fato mudava a idéia dos proprietários dos imóveis.
VHF nunca abandonei. Improvisava um dipolinho meia onda instalado na janela e muitas vezes até uma yagi em algum ponto externo fora da casa. Em 89 adquiri um Yaesu FT411, HT pequeno e robusto. Não tinha transceptor com mais de 3 watts, só mesmo o HT. Só em 1991 comprei o FT2200, 5 - 10 - 25 e 50 Watts, recepção em AM, o que permitia a escuta de aviação. Foram milhares de contatos via repetidoras de BH, Ipatinga, Itabira e região. Em 91, montamos a primeira repetidora de VHF de Monlevade, a 146.650. Sucesso total, ótima abragencia e muita boa vontade daqueles que colaboraram com a sua instalação e manutenção. Mudei para outra cidade, antes disso tivemos que desativar a repetidora por motivos alheios a nosssa vontade. Mais tarde, outro grupo colocou no ar uma nova repetidora, que funciona até hoje, a 145.830.
AVIAÇÃO: Escutava as torres de controle num receptor caseiro que modifiquei para a frequencia de 110 a 138 Mhz. Criei o hábito de acompanhar as comunicações das aeronaves em determindos horários; outras vezes quando perdia o sono ligava o foninho de ouvido e confiria numa carta aérea a posição e distância reportada pela torre e pilôto.


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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Radiotécnico no interior


Em 1967  conclui pelo Instituto Monitor o Curso de Eletrônica Rádio e TV. Muito entusiasmado continuava a fazer diversas experiências, montava circuitos de acionamento por luz, fontes, rádios, transmissores de AM e FM e diversos experimentos. Comprei um testador de válvulas, um multímetro, diversas ferramentas e iniciei ali mesmo na sala da casa de meus tios a atividade de radio técnico.

Na época, 1966, na área urbana tinham aparelhos mais modernos, a maioria à válvula. Eram rádios de cabeceira e as radiolas. Os rádios à pilha eram mais usados na área rural. Depois vieram os toca-discos da Phillps, muito populares. Como não era comum os amplificadores de som, esses toca-discos eram utilizados nas horas dançantes, serenatas e festinhas.

Tarciso do bar e Mauricio da fármacia foram um dos primeiros a trazer a novidade para Santa Maria.  Já o Julinho e Zé Itamar foram mais ousados  trouxeram de São Paulo um moderno gravador de rolo. Em sua loja de armarinho e variedades Zé Itamar vendia rádios, toca discos e radiolas. .
Sabendo de minha habilidade com eletrônica estas pessoas levavam estes aparelhos para conserto. Tímido ainda, nem sabia dar o preço. Os defeitos geralmente eram nos potenciômetros de volume, o cordão do dial rompido, nas fontes de alimentação, falta de contato nas chaves de onda etc. Desses defeitos 70% eu reparava sem a troca de componentes. Quando era um transistor ou válvula defeituosos o processo era mais demorado: tinha que encomendar de Belo Horizonte; para isso contava com a boa vontade dos motoristas e trocadores do ônibus 108 , entre eles lembro-me do Bebé, Pinheirão, Dico entre outros. Outras vezes encomendava os componentes pelo correio, de lojas de São Paulo.

Sempre fui desorientado, inseguro e inconstante, por isso, sem mais nem menos parei de trabalhar com consertos de rádios para me dedicar à fotografia.

Adquiri pelo correio o Kit de Revelação, com papel 7x10. Passei diversas noites aprendendo a revelar os filmes e cópias. Secava os negativos e depois fazendo o sanduíche de negativo e papel, sobre a luz vermelha, processava as cópias.

Perdi centenas de filmes, chapas e papeis, mas aprendi revelar retratos. Como esses não chequei a comercializar porque o público gostava de fotos maiores. Neste caso só mais tarde, depois de comprar um ampliador, passei a vender as copias.
Acabei me tornando um fotógrafo.

Escreverei um post sobre minha carreira

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O Instituto Monitor

Aos 15 anos de idade, contra a vontade de meu pai e pago pela minha querida, compreensiva e hoje saudosa Mãe, passei a receber pelo Correio os fascículos do Instituto Rádio Técnico Monitor o Curso de Eletrônica, Rádio e Televisão. Em uma determinada época esses cursos não eram tão valorizados, hoje, são o Ensino a Distancia, ministrados por diversas universidades e reconhecidos pelo MEC.

Que saudade. Tenho vontade de repetir este curso - desde que fosse exatamente igual, com as mesmas matérias e kits de montagem iguais. Acho que com a evolução digital não deve ser mais assim. Ainda ontem pesquisei - o Instituto Monitor ainda existe e parece modernizado.

Infelizmente por um grande descuido não guardei os fascículos e nem o meu grande e feliz feito: o rádio a válvula que montei.

Em 1966 , em cima da grande mesa da casa de meus avós estavam meu orgulho e minha alegria: aquele receptor a válvula que montei pelo Instituto Monitor. A retificadora 35W4 a 50C5 na amplificação, um monobloco de 4 faixas. Era um rabo quente ( receptor sem transformador) a alimentação direta em 110 volts com os filamentos das valvulas em série.

A recepção era uma maravilha, apesar de não existir fontes de interferência com há hoje.
Em Ondas Médias ouvia durante o dia a rádio Italaia e Inconfidência de Belo Horizonte e em ondas curtas a rádio Aparecida, Record e Bandeirantes de SP. Ao entardecer as internacionais Voz da América (o atual ministro Helio Costa era locutor lá) e a rádio Moscou. Escrevi cartas, falaram meu nome, mandaram revistas e folders.

Recentemente retomei o velho hábito de escutar emissoras de rádio. Às vezes quando perco o sono ou enquanto estou fazendo algo. Estes programas e radialistas me divertem e atualizam. Tenho escutado a Itatiaia de BH, durante o dia e pela madrugada em 610 Khz e outras vezes em ondas curtas 5970 Khz.
Outras vezes giro o Dial para ouvir um pouco de diversas emissoras. Geralmente confiro a lista internacional de Brodcastings para conferir a localização, potencia e demais dados da emissora.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Transmissor do Padre

Meus pais, avós e tios moravam todos em uma velha casa ao lado da igreja em Santa Maria de Itabira. Como não poderia deixar de ser, a relação das tias com a igreja era forte. Missas, reuniões, festas e procissões, elas participavam de tudo isso e muito mais, ajudavam o padre.
Acabei envolvendo também, estava sempre ali por perto, fiquei amigo do padre.

Certa vez o padre Luiz Moreira Costa assumiu a paróquia. Ele era moderno, já não usava batina e era bem liberal. Sua vinda para a comunidade causou polêmica - ele demoliu a velha igreja para construir a atual igreja matriz, construção moderna.
Meu avô teve um infarto e morreu ali; ele estava carregando terra para a construção dessa igreja nova, um mutirão de paroquianos.

Padre Luiz era um revolucionário, um padre diferente, causou grande impacto aos conservadores - dizem que ele mandou jogar imagens de santos no rio Girau. No alto falante da igreja, o único meio de comunicação da cidade na época, ele tocava os tradicionais dobrados e também Roberto Carlos.

Vizinho, eu estava sempre ali ao lado do padre, que também gostava muito de eletrônica.Aprendi muitas coisas com ele, inclusive eletrônica para reforçar meu curso no Instituto Monitor.

Um dia o padre me contou que a igreja tinha um transmissor de AM, com válvula 6L6 na saída, fiquei doido, me imaginei um radioamador. Não era bem isso. Naquela época as igrejas transmitiam as missas em ondas médias. Os amplificadores valvulados para o serviço de alto falante tinham uma etapa de RF( Radio Frequencia) com VFO( Oscilador de Frequencia Variavel) e tudo. Selecionava-se uma freqüência vaga e a pregação do padre era transmitida para a cidade e na zona rural. E 100 watts em AM ( Amplitude Modulada) cobrem dezenas de kilometros!Não me lembro onde era usado esse aparelho, não recordo bem de transmissão de missas, só sei que esse transmissor veio parar em minhas mãos. O padre me emprestou o aparelho. E foi com ele que eu vivi uma alegria inesquecível. Liguei um toca-discos na entrada de áudio, espichei um logo fio na saída de antena, monitorei em um receptor a freqüência transmitida e o áudio.Saí de casa com um radinho de pilha para escutar a transmissão. O long-play acabou e eu ainda estava pedalando a bicicleta nas estradas de Santa Maria escutando alto e claro aquela transmissão.

Pouco a pouco o boato foi se espalhando pela cidade e muitos passaram a escutar a emissora.Era uma agradável e feliz experiência que funcionou. Foi exatamente ai que apaixonei ainda mais pelas ondas hertzianas, telecomunicações e radioamadorismo.Infelizmente, depois de alguns dias tive que devolver o transmissor ao Padre.